“ A nova sociedade urbana nascerá da alteração dos seus
ritmos, de modo a propiciar o uso completo dos lugares(...)” Lefebvre
A CARTOGRAFIA: IMPRESSÃO SOBRE UM TRAJETO AUSENTE
UM CAMINHO A SE PENSAR
O Museu da Periferia de Curitiba tem na base de sua implantação ESTABELECER o resgate da memória e A IDENTIDADE da comunidade local. De valor imaterial, essa identidade transcende o plano geográfico DA cartografia regional, uma vez que a PERIFERIA está contida num plano maior que é a pólis. Em suma, a identidade e memória periférica com todas as suas especificidades também pertencem ao patrimônio cultural da cidade.
CRIAÇÃO DE UMA ROTA ALTERNATIVA
Inserir o Museu tão distante do centro, numa rota idealizada, POR MEIO DE uma intervenção urbana, intenciona não simplesmente criar UM TRAJETO turístico, mas visibilizá-lo aos olhos de uma outra população, torná-lo existente além do alcance de sua localidade.
AS PEDRAS (paralelepípedos ou duquinhos)
Essas pedras compõem o calçamento das ruas nos centros históricos e estão presentes por exemplo NOS terminais de ônibus e em muitos CAMINHOS de Curitiba. As pedras foram pensadas pela sua própria materialidade e por fazer parte da arquitetura histórica DA CIDADE. Essas pedras rústicas obrigam à desaceleração, os próprios carros ao circularem por vias calçadas com elas O fazem em velocidade reduzida e devido à sua irregularidade o próprio caminhar se torna mais lento, mais atento. Com essa intenção, de apreender o olhar dos transeuntes, foi realizado um MAPA SIMBÓLICO com 40 pedras. As unidades foram recolhidas DO caminho e receberam uma pintura feita com estêncil que remete ao crochê ou ao bordado. Em uma face das pedras foi feita a impressão e no verso foram inscritas as palavras: M U P E ou MUSEU DE PERIFERIA-PR.
Essas pedras, após a interferência foram redistribuídas NAS CALÇADAS, ao longo de um trajeto iniciado no centro DE CURITIBA, na Praça Tiradentes, onde fica o Marco Zero. A distância para a rota escolhida totalizou 17 quilômetros. As pedras foram então deixadas, ora encaixadas entre outros paralelepípedos, ora simplesmente soltas, em pontos aleatórios a cada bairro percorrido, até chegar ao centro do Bairro Sitio Cercado.
CartografiaFoto de Marcellen Neppel | CartografiaFoto de Marcellen Neppel |
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CartografiaFoto de Marcellen Neppel | CartografiaFoto de Marcellen Neppel |
CartografiaFoto de Marcellen Neppel | CartografiaFoto de Marcellen Neppel |
CartografiaFoto de Marcellen Neppel | CartografiaFoto de Marcellen Neppel |
CartografiaFoto de Marcellen Neppel | CartografiaFoto de Marcellen Neppel |
CartografiaFoto de Elis Brasil | CrochêFoto de Elis Brasil |
CrochêFoto de Elis Brasil | InstalaçãoFoto de Elis Brasil |
InstalaçãoFoto de Elis Brasil | InstalaçãoFoto de Elis Brasil |
InstalaçãoFoto de Elis Brasil | InstalaçãoFoto de Elis Brasil |
Foto de
Marcellen Neppel
Foram nove os pontos de intervenção:
1 Marco Zero de Curitiba - Praça Tiradentes, Centro
2 Av. 7 de Setembro com Rua Barão do Rio Branco, Centro
3 Av. 7 de Setembro com Rua Padre Ildefonso, Bairro Batel
4 Av. República Argentina com Rua Prof. Brasílio Ovídio da Costa, Bairro Água. Verde
5 Av. República Argentina – Museu Municipal de Arte, Bairro Portão
6 Av. Winston Churchill com Rua João Bonat, Bairro Novo Mundo
7 Av. Winston Churchill com Rua João Rodrigues Pinheiro, Bairro Capão Raso
8 Rua Izaac Ferreira da Cruz com Al. N. Sra do Sagrado Coração, Bairro Pinheirinho
9 Rua Izaac Ferreira da Cruz com Rua Mandirituba, Bairro Sítio Cercado
Desta forma criou-se dentro de uma rota geográfica, um outro trajeto de caráter simbólico impresso nas pedras do próprio caminho.